E agora, quanto devo cobrar?

Dúvida cruel.

Quando me formei minha maior dúvida era essa: quanto cobrar por minhas consultas e atendimentos? E se for no interior, vai ser o mesmo? E se for muito acima ou abaixo do que os demais profissionais na minha região?
Como proceder, Brasil?
É, as dúvidas eram muitas, mas calma, vou contar como fiz.
Durante algumas aulas uma professora falou sobre o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos e quando estive perdida com relação a isso, busquei o referencial e assim, tive o direcionamento que estava precisando. Vem, vamos ver um pouco sobre isso!


O Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF) foi fixado pela resolução nº 428 de 8 de julho de 2013. Ele é adequado e atualizado (estamos na 3ª edição) pelo COFFITO de acordo com a situação atual da fisioterapia no Brasil.
O RNPF é o valor mínimo que você deve cobrar. Pronto, em resumo, é isso.
O RNPF constitui-se em um instrumento básico para a caracterização do trabalho do FISIOTERAPEUTA no Sistema de Saúde Brasileiro, classificando e hierarquizando os procedimentos fisioterapêuticos, baseados na saúde funcional e, a índices remuneratórios adequados ao exercício ético-deontológico da Fisioterapia brasileira.
Destaco aqui alguns dos artigos que considerei mais relevantes:
Art. 13 – Os valores do referencial de remuneração dos procedimentos Fisioterapêuticos estão expressos em CHF (Coeficiente de Honorários Fisioterapêuticos). Cada CHF vale no mínimo R$0,39, na data da publicação deste.
Art. 14 – Os valores serão cobrados em reais, com reajuste anual, aplicando-se o índice acumulado ao ano do IPC/FIP – Setor Saúde, e/ou outros que o substitua, respondendo as perdas inflacionárias no período.
Art. 15  Os valores poderão ser negociados dentro de uma “banda” de até 20% para menos, considerando as características regionais.
Art. 16 – Os honorários fisioterapêuticos terão acréscimo de 50% nos atendimentos de urgência e emergência realizados no período das 19h às 7h do dia seguinte e 100% em qualquer horário de domingos e feriados, conforme previsto na legislação trabalhista e nos Acordos Coletivos de Trabalho.

Vamos ver alguns exemplos?
Em uma consulta fisioterapêutica, seja hospitalar, ambulatorial ou domiciliar pode ser cobrado, NO MÍNIMO 150 CHF,  o que traduzindo para reais significa R$ 58,50 (150 x 0,39). Esse valor pode cair ainda 20% dependendo das condições regionais, de acordo com o art. 15.

Ficou fácil ou muito fácil? 

Lembre-se: 
- Esse é o mínimo! Você não precisa se prender a esses valores apenas, que ele lhe sirva de base. 
- Na hora de ajustar seus honorários é interessante que você tenha noção dos seus investimentos (Aluguel? Funcionários? Condições locais?), os serviços que você oferece e por fim, a meia de honorários dos seus colegas que atuam por perto (pode chamar de concorrentes, se quiser).
- Há CHF pra tudo lá, pode acreditar, e você precisa está atilado com relação as alterações de valores dentro de uma mesma área de atuação. Por exemplo: o valor cobrado em um atendimento de neurologia muda de acordo do o nível de complexidade de comprometimento do paciente e do local em que será realizado o atendimento. Fique esperto!

Recomendo ainda que leia atentamente a resolução nº 428, vou deixar o link aqui. Agora não tem desculpa, só ler!

Testes Especiais: Cotovelo

Como já sabemos, o cotovelo é uma região intermediária da cadeia do membro superior e é articulação do tipo dobradiça. Além disso, tratra-se de uma articulação estável que contém três articulações em uma única cápsula, são elas: articulação Ulnoumeral e Radioumeral (que permitem os movimentos de flexão e extensão do cotovelo) e pela articulação Radioulnar proximal (que permite a pronação e supinação do antebraço).
Os testes especiais são parte importante do exame físico, uma vez que podem auxiliar no diagnóstico de patologias, confirmando ou excluindo hipóteses (lembrem-se: A clínica é soberana!). Lembrando que eles geralmente são realizados ao final da avaliação, ou seja, depois da identificação, anamnese, inspeção, palpação e goniometria. Se ainda ainda assim, com tudo isso e os testes especiais, não conseguir fechar o diagnóstico do seu paciente, ai você solicita algum exame complementar.
Bom, existem vááários testes para esta região mas, aqui preferir mostrar os mais utilizados. Bora?

Reflexo do bíceps braquial
O que determina: Integridade do reflexo inervado pela raiz nervosa C5
Como avaliar: O antebraço do indivíduo é colocado sobre o antebraço oposto do avaliador, descansando o peso ali. O cotovelo avaliado fica alguns graus em flexão (cerca de 90º). O tendão bicipital deve ser percutido (examinador coloca o polegar sobre o tendão e bate com o martelo neurológico sobre a unha).
O que se espera: Na resposta normal espera-se uma flexão do cotovelo compatível com a resposta do cotovelo oposto. Respostas exacerbadas indicam lesão de neurônio motor superior e resposta diminuída pode referir acometimento de neurônios motores inferiores.

Reflexo do Braquiorradial
O que determina: integridade da raiz nervosa C6
Como avaliar: O membro superior do indivíduo é posicionado como descrito no reflexo do bíceps ai em cima :) Utilizando o lado mais largo do martelo, o examinador golpeia (com calma hein, gente!) o lado radial do antebraço imediatamente acima do processo estiloide, sobre o tendão do braquiorradial.
O que se espera: O reflexo normal induzirá uma resposta de flexão do cotovelo. Se o movimento estiver ausente, deprimido ou exagerado é indicativo de algum acometimento da raiz nervosa C6.

Reflexo do Tríceps 
O que determina: função da raiz nervosa C7
Como avaliar: a posição é semelhante a do Reflexo do bíceps, só que neste caso, o tendão percutido será o do m. tríceps braquial, logo acima do olécrano.
O que se espera: A resposta normal é a extensão do cotovelo. Alterações podem indicar lesão de raiz nervosa C7.

Estresse em Varo
O que determina: estabilidade do ligamento colateral medial (ou ulnar, dá no mesmo)
Como avaliar: O cotovelo avaliado é posto em ligeira flexão com antebraço supinado. O examinador  aplica uma força em valgo ao cotovelo, puxando o antebraço para longe do corpo.
O que se espera: O teste será positivo se o avaliado sentir dor (é gente, o teste é irritativo!) ou se você, avaliador, perceber uma abertura ao longo da parte medial do cotovelo. Depois, deve-se avaliar o outro cotovelo e comparar os resultados obtidos.

Estresse em Valgo
O que determina: estabilidade do ligamento colateral lateral (ou radial)
Como avaliar: A posição é semelhante a do teste de estresse em varo, só que, neste caso, a força aplicada será em varo, realizando adução do antebraço em relação ao braço.
O que se espera: O teste é positivo se resultar em dor ou abertura excessiva da parte lateral do cotovelo.

Sinal de Tínel
O que determina: integridade do nervo ulnar a nível do cotovelo.
Como avaliar: percute-se o nervo ulnar,a região do seu sulco (entre o olécrano e o epicôndilo medial)
O que se espera: Se o avaliado sentir formigamento no antebraço e na mão significa que o teste é positivo para o acometimento do nervo ulnar.

Teste de Cotovelo de Tenista
O que determina: Epicondilite Lateral
Como avaliar: O antebraço em pronação e pedir para o paciente fechar e estender o punho. A seguir, forçar o punho estendido para flexão contra a resistência do avaliador.
O que se espera: Se apresentar dor no epicôndilo lateral (origem comum dos extensores) o teste é positivo e deve-se suspeitar de epicondilite lateral.

Teste de Cotovelo de Golfista
O que determina: Epicondilite Medial
Como avaliar: Paciente estende o cotovelo e supina a mão, em seguida deve flexionar o punho contra resistência imposta pelo avaliador.
O que se espera: Os tendões que flexionam o punho estão no epicôndilo medial e caso a flexão cause dor no epicôndilo em questão deve-se suspeitar de sua inflamação, ou seja, epicondilite.

*Em um outro post falaremos mais sobre estes dois testes para epicondilite ;)


E ai, fácil ou muito fácil?
Lembando que conhecer a anatomia facilita (e muito) na compreensão, execução e interpretação desses e de outros testes. Fiquem espertos!


Referencial bibliográfico
MAGEE, D. J.. Avaliação musculoesquelética. Barueri: Manole, 2005.
PALMER, M. Lynn; EPLER, Márcia E..  Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesqueléticas. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Meu caderno :) 

Ooooi pessoas!

Primeiramente desculpo-me pelo tempo de abandono da página, as coisas estão bem corridas. Em seguida quero agradecer os comentários e carinho, sério isso motiva muito o lado de cá. E devido a essa motivação gostaria de saber que assuntos preferem ler e o que gostariam de ver aqui na página. Em breve, haverão novidades (não conto para não perder a graça, mas vão gostar, garanto!).

E ai, me diga: o que querem ver aqui?

Associação, Conselho ou Sindicato?

"Que anuidade cara! E o conselho não faz nada sobre nosso piso salarial!"
"Essa associação não serve para nada só faz jornadas!"
"Para que serve mesmo um sindicato, hein?!"


Ooooi pessoas!
Acho que todo mundo já disse alguma essas frases ou ouviu alguém falar. As dúvidas são comuns mas as respostas são bem simples. E é super válido saber as diferenças de cada uma para saber a quem recorrer quando precisa. Então vamos lá!

O conselho regional é o órgão fiscalizador. Sua função é regulamentar, orientar e fiscalizar a atividade profissional. Por que o conselho não faz mais pela profissão? Bom, porque legalmente não pode visto que seria invadir a área de atuação de outras entidades.
As Associações são sociedades de cunho científico, quer dizer, criadas com o objetivo de auxilar profissionais e estudantes no sentido de valorizar seus currículos através da promoção de atividades como cursos, palestras, jornadas, encontros, congressos, simpósios... ou seja, eventos de natureza científica. As associações deve buscara a reciclagem dos conhecimentos tendo como objetivo atualizar -los, o que é muito válido visto que cada vez mais se exige capacitação, qualidade e excelência no que se propõe a fazer, não é mesmo?
Por fim, porém não menos importante, temos o sindicato, esta entidade maravilhosa que tem como objetivo principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração, das relações entre empresas privadas, públicas e colaboradores, a defesa da classe entre outras atividades. As atribuições especifica dos sindicatos são: verificar jornada ideal de trabalho profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Diferenças e semelhanças:
- Tanto sindicato quanto associação são pessoas jurídicas de direito privado enquanto os conselhos regionais são pessoas jurídicas de direito público;

- Podem em igualdade promover eventos para seus associados, registrados ou filiados;

- Todos os institutos também são capazes de defender os interesses de seus participantes, embora possuam diferentes focos: A associação cuidará ou será a pessoa jurídica que atuará na promoção do bem estar de vida dos trabalhadores, mas apenas dos associados, quanto aos diversos objetivos civis possíveis, tais como clube de recreação, convênios com plano de saúde, etc. Os conselhos protegem os profissionais registrados por meio da fiscalização; e os sindicatos possuem maior atuação, voltada esta para questões referentes  a relação de trabalho.

Ficou fácil? Pois aqui vai um resuminho para fixar bem

Ah, lembrando que é importante que participemos como profissionais das atividades dos três. Nossa colaboração favorece (e muito) o crescimento e fortalecimento da classe. ;)
Agora ficou fácil demais diferenciar né?! Não tem mais confusão!


Referências: Crefito 9, Blog do sindicato e CRBio 8.