O símbolo da Fisioterapia

*Publicado originalmente no blog O GUIA DO FISIOTERAPEUTA, visite o blog clicando aqui.*

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Vale um detalhe histórico: O símbolo brasileiro foi inicialmente elaborado pelo fisioterapeuta Carlos Alberto Esteu Tribuzy, em 1965, e era ligeiramente diferente da atual. (acesse este link e saiba mais) O símbolo da fisioterapia, nos padrões que conhecemos hoje, foi definido em fevereiro de 2002, e é basicamente composto por duas serpentes entrelaçadas em espiral em volta de um raio. Vale notar que esta imagem está inserida em uma moldura, mais exatamente um camafeu de fundo branco.

Agora vamos a simbologia desta imagem:

Duas serpentes verdes entrelaçadas:De forma geral, a serpente representa o poder, a ciência, a sabedoria e a transmissão do conhecimento compreendido de forma sábia. Também é um símbolo da cura porque periodicamente abandona sua pele velha e aparentemente renasce, da mesma forma que os médicos removem a doença dos corpos e rejuvenescem os homens, e além disso, a serpente é um símbolo de atenção concentrada, o que era requerido dos curadores. A serpente é um símbolo que acompanha todas as divindades médicas.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/contagio/contagio-5.php

O símbolo das duas serpentes, a direita e a esquerda, são de aspecto simbólico com o diurno e o noturno, o benéfico e o maléfico. Elas simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo.
A simetria bilateral, como a balança de Libra, expressa sempre a mesma idéia de equilíbrio ativo, de forças adversárias que se contrapõem para dar lugar a uma forma estática e superior. Destaca-se a ambivalência no aspecto duplo da cura e da ameaça, lembrando a grande máxima médica, de Hipócrates, “Primo non nocere”, ou seja, primeiro não lesar.
Fontes:
http://www.cafeesaude.com.br/medicina_artigo.htm
http://www.uefs.br/portal/colegiados/contabilidade/menus/simbolos-da-contabilidade

Diz a mitologia grega que Asclépio (deus da medicina e da cura) , filho de Apolo e da ninfa Coronide, fora adotado e criado pelo Centauro Quíron, que ensinou-lhe a arte da cura.
Asclépio, dotado de invulgares capacidades (e nomeadamente de sentido de observação), cedo superou o seu mestre em matéria de conhecimentos médicos.
"Certo dia uma serpente surgiu-lhe no caminho, enrolando-se na vara que ele [empunhava]. Asclépio deitou-a por terra e matou o animal. Acontece que, miraculosamente, apareceu uma segunda serpente. Esta trazia na sua boca uma certa planta, com a qual ressucitou o réptil morto. Este acontecimento, carregado de simbolismo, foi para Asclépio uma revelação. A revelação das virtudes medicinais. E assim, encontramos aqui a origem do caduceu (duas serpentes enroladas à volta de uma vara), que se tornou no emblema do corpo médico"
Fonte: http://www.ensp.unl.pt/lgraca/textos2.html


Para enriquecer um pouco mais nossos conhecimentos sobre mitologia, segue abaixo a gentil colaboração do colega fisioterapeuta Geraldo Barbosa, do Blog 14-F
Asclépio foi sumariamente eliminado por Júpiter, atendendo pedido de Hades. Para isso Júpiter utilizou RAIOS forjados pelos Ciclopes. Após sua morte Asclépio é recebido como um deus no Olimpo, passando a partir de então a ser visto nas noites do hemisfério boreal, sob a forma de uma constelação denominada Ofiúcio ou Serpentário.
Certa vez, atravessou o Mediterrâneo no formato de uma enorme serpente, ao ser invocado pelos habitantes da península itálica assolada por uma epidemia que vitimava grande número de pessoas. Lá chegando, o mal se dissipou, ficando a população agradecida pelo feito. Devido a essa forma de se revelar aos humanos são emblemáticas as representações do deus com volteios colubrinos, como uma serpente enlaçada em um bastão ou duas serpentes entrelaçadas nesse mesmo tipo de objeto.

- Segundo estudiosos da mitologia greco-romana, um erro de interpretação ocorrido na Idade Média, confundiu o símbolo de Asclépio com o Caduceu de Mercúrio, emblema da paz, da prosperidade e do comércio. O deus Mercúrio levava nas mãos um bastão com duas sepentes entrelaçadas - O CADUCEU - e com ele agilmente conduzia as almas nos infernos e fazia cessar os ventos.

- Na minha interpretação, que é pessoal e passivel de censura, a Fisioterapia no Brasil está representada oficialmente por um raio com duas serpentes verdes entrelaçadas e incrustadas num camafeu de fundo branco, proporcionando um impacto visual de grande força, movimento contido e de rara beleza. Nele as serpentes se confrontam e apesar disso permanecem estáticas diante do RAIO CICLÒPICO (Lembram da morte de Asclépio?), enigmático em sua dualidade, pois ao mesmo tempo é mortífero e potencialmente recuperador da ação do movimento humano, figurando como símbolo da eletrotermoterapia.

Fonte: Herdeiros de Esculápio - história e organização profissional da Fisioterapia - Livro que publiquei no ano passado

Raio:
Desde a antiguidade os raios são vistos como uma manifestação do poder divino. Seu efeito pode ser “benéfico” enquanto luz e força, ou “maléfico” como aniquilador e destrutivo. Mais uma vez encontramos aqui uma referência ao equilíbrio entre opostos.
Segundo o fisioterapeuta Carlos Alberto Esteu Tribuzy, idealizador do símbolo de nossa profissão:
“O raio, com seu brilho intenso, é uma forma, utilizada desde a antiguidade para transmitir e identificar, de forma consciente, os valores e práticas corretas de vida'.

CamafeuA palavra ‘camafeu’ provavelmente origina-se do latim cammaeus, que quer dizer pedra entalhada ou esculpida. Trata-se de um item da joalheria e não sei se tem algum simbolismo especial envolvido.

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